sábado, 4 de junho de 2011

Cientistas criam um curativo para o coração


O curativo cardíaco aumentou a taxa de sobrevivência das células e otimizou seu funcionamento no local do infarto, onde a maioria das células teria morrido por causa da obstrução do seu suprimento de sangue

Coração que se cura
Pesquisadores na Universidade de Colúmbia (EUA) criaram um novo método para remendar um coração danificado por um ataque cardíaco.
A técnica usa uma plataforma de engenharia de tecidos que permite que o tecido do coração repare a si próprio.
A descoberta é um passo importante no combate às doenças cardiovasculares, um dos mais graves problemas de saúde dos nossos dias.
Curativo para o coração
Gordana Vunjak-Novakovic e seus colegas desenvolveram a nova terapia celular para tratar o infarto do miocárdio - os danos ao coração que se seguem a um ataque cardíaco.
A técnica biossintética combina dois elementos, um natural e um artificial, para criar uma espécie de curativo para o coração.
O elemento biológico natural são células de reparação humanas, responsáveis pela cicatrização, que foram condicionadas em cultura in vitro para maximizar sua capacidade de revascularização e melhoria do fluxo de sangue para o tecido infartado.
O elemento artificial é um suporte de crescimento, conhecido pelos cientistas como andaime, que leva as células cultivadas em laboratório até o coração. A vantagem é que o andaime é ele próprio de origem biológica.
Com este conjunto, os pesquisadores conseguiram manter as células cicatrizantes nos pontos mais afetados pelo infarto - em contraste com a enorme perda de células associada com a técnica de infusão de células.
Entrega de células-tronco
O curativo também aumentou a taxa de sobrevivência das células e otimizou seu funcionamento no local do infarto, onde a maioria das células teria morrido por causa da obstrução do seu suprimento de sangue.
"Esta plataforma é muito adaptável e acreditamos que ela poderá ser facilmente estendida para a entrega de outros tipos de células-tronco humanas nas quais estamos interessados para reconstruir o músculo do coração, além de avançar nosso trabalho sobre os mecanismos subjacentes à reparação do coração," disse a pesquisadora.
Nos testes, o curativo cardíaco promoveu o crescimento de novos vasos sanguíneos e liberou proteínas que estimularam o tecido nativo para se reparar.
A equipe também usou o curativo do coração para identificar os mecanismos de sinalização envolvidos no processo de cicatrização cardíaca, expandindo o conhecimento sobre o papel das células e do andaime no reparo do coração.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Como é feito tratamento experimental

Entrevista com Padre Cícero F.

EM QUAL SENTIDO SE DEVE INVESTIR EM CÉLULAS TRONCO?
Pode-se investir na formação de bancos de células troco adultas, desde quando o beber nasce recolhendo da placenta e do cordão umbilical e assim quando esta pessoa desenvolvesse alguma doença se poderia implantar um tecido e no futuro ate um órgão com sucesso, pois não haverá rejeição. Pesquisas sérias feitas com células tronco embrionárias se revelaram um grande perigo, pois estas células totipotentes se multiplicaram de modo desordenado provocando aparecimento de tumores em ratos, como cobaias.

O QUE É CORRETO FAZER COM AS CÉLULAS TRONCO?
O correto e respeitoso da dignidade da pessoa humana e de sua vida inviolável é que nenhum ser humano nasça dentro de um tubo de ensaio, ou que desde tenra idade, desde os primeiros momentos de sua existência os embriões humanos sejam manipulados e nesta manipulação que leva a morte do embrião, pois deles se extraem as células tronco embrionárias.
Esta atitude da ciência é inaceitável, nem tudo que é tecnicamente possível é eticamente correto. A vida humana é sagrada e por isso mesmo inviolável não se devem tratar células embrionárias humanas como um maciço de células, como um objeto ou uma coisa e não é correto se matar um ser humano mesmo que embrião para salvar um outro. Todo ser humano possui a mesma dignidade, mesmo que ele tenha segundos de vida ou 102 anos de idade, a vida é vida, jamais destruída e manipulada e sim acolhida, protegida e defendida.

VOCÊ É CONTRA OU A FAVOR SOBRE AS CÉLULAS TRONCO SEREM GUARDADAS PARA SEREM UTILIZADAS EM OUTRA CIRCUNSTÂNCIA? POR QUÊ?
Não é questão de ser contra ou a favor, mas se deve redescobrir e ter a absoLUTA CERTEZA QUE as células embrionárias não é um conjunto de células desconectadas, mas é células de uma pessoa, de um ser humano. As células embrionárias são totipotentes, delas se originam todas as nossas outras células, tecidos e órgãos, e estas células embrionárias começam a surgir desde o momento da fecundação quando o espermatozóide penetra no óvulo e surge o zigoto e por meio de divisões celulares este novo ser humano vai se desenvolvendo.
Por isso, o ser humano deve ser respeitado de modo absoluto desde a fecundação até o seu fim natural, todas as etapas do ser humano desde a fecundação são importantes, não existe um momento principal, ou melhor, após a fecundação aquele embrião é embrião humano, potencialmente é uma pessoa, e não poderia se tornar pessoa humana se não fosse zigoto e células troncos de um embrião.
Aquele embrião gerado e que se multiplica com intensa rapidez não é um embrião de um cavalo, papagaio, cachorro, gato, mas é um novo ser humano que foi concebido e como tal deve ser respeitado de modo absoluto. A vida humana inocente é inviolável, sagrada, intocável.
Não é justo retirar o coração de uma mãe ou pai para transplantar num filho doente, ou extrair o pâncreas de um filho para doar a sua mãe, pois em ambos os casos levaria a morte, também não posso destruir embriões humanos, congelá-los e serem tratados como objeto descartável para dá condições de vida melhor a quem quer que seja. Não se pode matar uma vida para fazer a outra viver, tal prática é inadmissível e se pode comparar as práticas e experimentações nazistas onde os seres humanos eram submetidos a experiências monstruosas, onde até pessoas humanas eram colocadas no gelo para vê ate que ponto o ser humano suporta o frio.
Embriões congelados com suas células totipotentes é uma ofensa a dignidade da pessoa humana, é reduzir aquela pessoa humana ainda não nascida, mas já concebida a uma coisa, um objeto, é transformar o ser humano em "picolé de gente".

DEVE OU NÃO SE UTILIZAR AS CÉLULAS TRONCO PARA EXPERIMENTOS EM LABORATORIO POR QUÊ?
Não se devem produzir seres humanos em laboratório e nem mesmo utilizar células troncos embrionárias como um objeto de experimentação laboratorial. Destruir embriões humanos é assassinar uma vida humana. As células tronco embrionárias não devem ser manipulada, congeladas nem destruídas, não podem ser utilizadas como material biológico pra tratar pessoas doentes mas devem ser respeitadas em sua dignidade de pessoa.
O que a Igreja permite é o trabalho e experimentações com células tronco adultas. Pois neste caso as células embrionárias, os embriões não são destruídas, nem manipulados, nem se assassina a vida humana nascente.

quinta-feira, 2 de junho de 2011



Pesquisadores americanos descobriram células-tronco pulmonares que têm um papel crucial na regeneração dos tecidos do pulmão, revela a última edição do New England Journal of Medicine.
Segundo o Dr. Piero Anversa, principal autor do estudo e diretor do Centro de Medicina Regenerativa do Hospital Brigham and Women, em Boston (Massachusetts), a pesquisa revelou pela primera vez uma célula-tronco pulmonar que tem potencial de oferecer aos que sofrem de enfermindades crônicas do pulmão uma opção de tratamento totalmente nova, regenerando e reparando as partes danificadas.
"Estas células pulmonares são capazes de regenerar-se e de formar estruturas biológicas múltiplas do pulmão, como brônquios, alvéolos e vasos", explicou o médico.
Segundo Joseph Loscalzo, médico do hospital Brigham and Women e co-autor do estudo, estas são as primeiras etapas essenciais para se desenvolver tratamentos clínicos para quem sofre de doenças pulmonares contra as quais não existe nenhum tratamento".
O trabalho, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, destaca que estudos prévios já mostravam que os cientistas eram capazes de criar células usando células-tronco embrionárias, mas essa célula-tronco foi isolada usando amostras cirúrgicas do tecido de um pulmão adulto.
De acordo com Loscalzo, "é preciso fazer pesquisas mais avançadas, mas estamos empolgados com o impacto que essa descoberta pode ter em nossa capacidade de tratamento".
Terapias celulares em doenças pulmonares têm sido estudadas há tempos porque o pulmão é um órgão extremamente complexo, com uma grande variedade de tipos de células que podem ser renovadas em diferentes níveis.
Doenças pulmonares são a terceira maior causa de mortes nos Estados Unidos, após ataques do coração e câncer, de acordo com o NIH.

Paraplégico volta a se movimentar após tratamento na Bahia

O transplante de célula tronco na medula óssea realizado no último dia 14 de abril, em Salvador, traz resultados que animam os médicos. Um policial militar de 47 anos, que não quis ser identificado, paraplégico depois de um acidente e passou os últimos nove anos numa cadeira de rodas. Após se submeter ao tratamento, ele voltou a movimentar as pernas.
O policial não fazia nenhum movimento da cintura para baixo. Ele também teve melhora na musculatura que controla o fluxo de fezes e urina e não precisa mais de fraldas e outros equipamentos. A esperança de voltar a ter uma vida normal nunca foi tão grande.
recuperação células tronco (Foto: Reprodução/TV Globo)Policial já consegue movimentar as pernas
(Foto: Reprodução/TV Globo)
“Antes eu tinha um tronco que estava vivo e pernas que não respondiam. Agora eu percebo que elas estão vivas, pertencem a mim e depende de mim para que elas acordem”, destaca.
Agora, o policial já consegue mover os joelhos para cima, uma façanha para quem tem a musculatura atrofiada pela falta de uso. Outra mostra impressionante da recuperação da força nas pernas está em um exercício, que ainda exige equilíbrio. Para a equipe de fisioterapia o mais surpreendente na recuperação do paciente é que ele está pedalando.
Para que o paciente fosse submetido a um transplante de células tronco, uma pesquisa foi feita durante cinco anos e, antes de ser usada em humanos, a técnica mostrou bons resultados em animais.
No tratamento, os médicos usam células tronco mesenquimais, que têm grande capacidade de se transformar em vários tipos de tecido. Elas são retiradas do osso do quadril do próprio paciente e injetadas diretamente no local onde a coluna foi atingida. A técnica pioneira foi desenvolvida por cientistas da Fundação Osvaldo Cruz e do Hospital São Rafael, onde fica um dos mais modernos centros de terapia celular do país. Os pesquisadores estão espantados com a evolução rápida do paciente.
"Basicamente em uma semana ele já começou a ter resultados clínicos, uma melhora na sensibilidade, uma melhora na postura sentada e este paciente vem evoluindo", observa Marcus Vinícius Mendonça, neurocirurgião.
Mas os médicos acham cedo para dizer se ele e as outras 19 pessoas com o mesmo problema que também irão receber células tronco vão voltar a andar normalmente Ricardo Ribeiro, coordenador do programa..
"Esse paciente pode ter ainda outras melhoras e os outros podem ter melhoras maiores, ou iguais ou piores. Então, a gente tem que esperar".
Por enquanto o policial é entusiasmado pelo primeiros resultado e faz planos. "Eu sempre gostei de praia, ir à praia, poder tomar um banho de mar sem que ninguém te carregue, né? poder ir a um estádio, que eu sempre gostei de futebol, poder jogar um futebol, ir a shopping, fazer o que eu sempre fazia", espera.





Estado da Bahia avança nas pesquisas de células-tronco



Pesquisadores do Centro de Biotecnologia e Terapias Celulares (CBTC) do Hospital São Rafael, em Salvador, realizaram os primeiros testes em humanos de um tratamento para recuperação dos movimentos de pacientes paraplégicos.
As experiências iniciais realizadas em cães e gatos apresentaram bons resultados. Segundo a pesquisadora Milena Soares, que coordena o trabalho, a terapia foi usada em dez animais que haviam sofrido quedas ou atropelamentos e perdido parte dos movimentos. As células-tronco foram retiradas dos próprios animais, cultivadas durante quatro semanas em laboratório e depois injetadas nos locais lesionados.
“Esses animais tiveram melhora em termos de ganho de movimentação dos membros, função urinária e sensibilidade. Com base nesses resultados, nós tivemos aprovado na Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep) um estudo clínico que será iniciado semana que vem em 20 pacientes com paraplegia. Depois eles vão passar por um período de fisioterapia e esperamos que melhorem como os animais”, explica a pesquisadora.
Se tudo correr bem e os resultados forem os esperados, os testes serão ampliados até que o procedimento possa ser adotado como um tratamento médico. A fase inicial da pesquisa vai durar no mínimo dois anos; com base no que for observado, serão feitas novas análises, até a liberação.
“Podemos calcular entre quatro e cinco anos para que o processo seja concluído. Obviamente que, como qualquer terapia, ela vai passar por ajustes e aprimoramentos para que se tenha o melhor efeito terapêutico. Vamos avaliar o número de administrações de células-tronco e a dose que precisa ser aplicada em cada tipo de lesão, para que se tenha o melhor resultado terapêutico possível”, afirma Soares.
Bahia é pioneira nas pesquisas
A Bahia é pioneira em pesquisas com células-tronco e o CBTC o melhor centro de estudos desse tipo de tratamento na América Latina. As pesquisas são financiadas, em parceria, pelo próprio Hospital, Governo do Estado, Ministério da Saúde, Fiocruz e CNPQ. 
Um dos destaques do CBTC é a sala de cultivo de células humanas. Inaugurado recentemente, é o primeiro no Brasil a realizar o trabalho de cultivar as células-tronco que serão usadas nas pesquisas com humanos. O centro também ganhou, com apoio da Fapesb, um biotério. O espaço serve para a criação e manipulação das cobaias usadas na fase pré-clínica das pesquisas.
O pesquisador Ricardo Ribeiro, que é o coordenador nacional das pesquisas com células-tronco para tratamento de Doença de Chagas, explica que “o Conep, antes de liberar as experiências com humanos, exige a realização de testes com animais, para mostrar que o procedimento é eficaz e não tem riscos. Para isso nós conseguimos, com o apoio da Fapesb, esse biotério que pode ser usado em ambiente hospitalar”.
Segundo Ribeiro, com a estrutura que tem hoje “a Bahia está na fronteira das pesquisas em terapia celular. Quando pesquisadores do exterior e do Sul do país chegam aqui no CBTC eles tomam um susto, não acreditam que temos um laboratório tão avançado na Bahia. A gente está na frente. O centro foi implantado antes e já fornece até material para os estudos deles. Isso é a Bahia”.
Para o diretor de Inovação da Fundação de Amparo a Pesquisa da Bahia (Fapesb), Elias Ramos de Souza, o apoio a projetos considerados estruturantes na área da ciência e tecnologia é uma prioridade do Governo do Estado. “As pesquisas em terapia celular, que prometem uma aplicação imediata, é um desses projetos que nós apoiamos em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP)”.

Vantagens das células embrionárias








Uma equipe de pesquisadores do Canadá, dos Estados Unidos e da Inglaterra acaba de dar um passo decisivo para que as pesquisas com células-tronco embrionárias se convertam em tratamentos efetivos nas clínicas e nos hospitais. Pela primeira vez, eles conseguiram induzir uma célula-tronco embrionária humana a se transformar em três tipos específicos de tecidos cardíacos, todos importantes para o funcionamento do coração. 
O estudo é um avanço rumo aos transplantes de tecidos desenvolvidos em laboratório. Há muito tempo a comunidade científica sabe que as células-tronco embrionárias são capazes de se converter em qualquer um dos 216 tipos de célula do corpo humano. Isso faz delas, hoje, a principal esperança para tratar problemas tão distintos como diabetes e doença de Parkinson, ou para devolver os movimentos a pessoas paraplégicas ou tetraplégicas. Apesar disso, as pesquisas com células-tronco embrionárias continuam proibidas em muitos países, entre eles o Brasil. A alternativa que se oferece são os estudos com células-tronco adultas, com potencial infinitamente mais limitado no tratamento de doenças.
Nas pesquisas com células-tronco embrionárias, o desafio consiste em dominar o processo pelo qual elas dão origem a cada tipo de tecido. Na prática, os cientistas ainda não sabem que comandos determinam se uma célula-tronco vai se transformar em osso, fígado ou sangue. Foi exatamente essa barreira que a equipe chefiada pelo geneticista Gordon Keller, do McEwen Centre for Regenerative Medicine, em Toronto, conseguiu driblar no caso de células cardíacas.
 Ao tratar as células-tronco embrionárias humanas com fatores do crescimento nas quantidades e nos momentos corretos, os cientistas descobriram que poderiam favorecer sua transformação nas chamadas células progenitoras cardiovasculares. Essas células progenitoras, por sua vez, são capazes de dar origem a qualquer uma das células especializadas do coração: os cardiomiócitos, as células da musculatura lisa dos vasos e as células endoteliais.
A segunda fase da pesquisa incluiu transplantar as células cardíacas criadas em laboratório para o coração de ratos com deficiência cardíaca. A função cardíaca dos ratos foi melhorada em 31%, sendo que nenhum dos animais transplantados desenvolveu tumores, o que é comum acontecer em experiências similares com células-tronco adultas reprogramadas para se comportar como embrionárias.
 Num estudo recente em que se tentou transplantar esse tipo de célula para 36 camundongos, dezesseis morreram e muitos desenvolveram tumores. O estudo da equipe de Keller é o quarto publicado desde o ano passado que demonstra que as células cardíacas derivadas de células-tronco embrionárias melhoram as funções do coração quando transplantadas para roedores com infarto.
 Para a geneticista Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo, o sucesso no desenvolvimento e no transplante de células cardíacas obtidas a partir de embriões mostra que a pesquisa com células-tronco adultas não substitui os estudos com células-tronco embrionárias, apenas os complementa. "As células-tronco embrionárias ainda têm muito a nos ensinar", ela diz. "Disso depende o futuro da medicina."
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